“Estamos acabando com nossa fábrica de chuvas”, afirma pesquisadora do Inpe

“Estamos acabando com nossa fábrica de chuvas”, afirma pesquisadora do Inpe

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Catastrófico. É assim que a pesquisadora Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), define o cenário atual da Amazônia brasileira. Após quase uma década de estudos ao lado de 18 colaboradores, ela descobriu que a maior floresta do mundo não só tem perdido a capacidade de capturar dióxido de carbono (CO₂), como passou a ser fonte de emissão do gás responsável pelo aquecimento global.


O processo, segundo a cientista, acontece sobretudo no lado leste da Amazônia e é estimulado pelo desmatamento e queimadas. A descoberta, publicada no ano passado na revista Nature, deixou a pesquisadora em choque. “Foi muito pesado para mim”, lembra. A novidade ganhou destaque em veículos mundo afora e acendeu o sinal vermelho para como o país está agravando a emergência climática.


De lá para cá, Gatti se tornou incansável na tarefa de alertar o Brasil para a gravidade da situação da região amazônica, acentuada com o desmatamento recorde no governo Bolsonaro. Nesta entrevista ao InfoAmazonia e PlenaMata, ela explica como ocorre a emissão de CO₂ pela floresta e dá outro aviso importante: o desmatamento na Amazônia está acabando com os inúmeros serviços ambientais prestados pela floresta. Prejudica a formação de chuvas e provoca seca em algumas partes do país, com impactos econômicos e sociais desastrosos, especialmente para o agronegócio.


A entrevista remota foi concedida em sua casa, em São José dos Campos. “Aqui eu resolvo parte das demandas de trabalho sem precisar jogar CO₂ na atmosfera com deslocamentos desnecessários para o laboratório. E ainda ajudo o Inpe a economizar energia elétrica”, brinca a doutora em química. “Observamos redução nas chuvas, aumento de temperatura e maiores emissões de carbono pela floresta. Nós fomos vendo também diferenças muito grandes entre as quatro regiões que estudávamos na Amazônia. A emissão de carbono, por exemplo, que é um processo natural da floresta, é maior no sudeste e no nordeste em relação ao sudoeste e noroeste”, acrescenta.


O texto na íntegra e a entrevista pode ser acessado: https://infoamazonia.org/2022/07/29/luciana-gatti-estamos-acabando-com-nossa-fabrica-de-chuvas-amazonia/


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